quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Exercício é tratamento para cardíacos


aciente com doença coronariana deve seguir recomendação médica à risca e buscar ajuda especializada na malhação


Sandra Dias Nascimento, 50 anos, infartou há um ano. Estranhou ao sair do consultório médico com um receituário que, ao lado das prescrições de medicamentos, dizia: “Exercício físico três vezes por semana com intensidade leve a moderada”.
Para pacientes com doenças coronarianas, o exercício é tratamento recomendado pela American Heart Association (Associação Americana do Coração) e pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e prescrito como remédio.
“Fazer exercícios é tão importante quanto o tratamento clínico e deve ser usado como quem toma um medicamento.

 A prescrição deve ser seguida à risca”, explica a cardiologista Isa Bragança, diretora da Cardiomex, academia voltada a pa
cientes cardíacos.
Depois de um evento cardíaco, o paciente pode começar o tratamento assim que for liberado pelo médico, o que deve acontecer em um mês. No entanto, nos seis primeiros meses é necessário supervisão médica.
“O especialista vai acompanhar de perto toda e qualquer atividade realizada nesse período.

 Passada essa fase, uma nova avaliação deve ser feita e, dependendo da condição física da pessoa, uma atividade será indicada”, avalia Nabil Ghorayeb, cardiologista do Hospital do Coração e do Dante Pazanezzi, em São Paulo.
Apesar de a prescrição ser individual e personalizada, o médico especializado em cardiologia do esporte alerta para práticas não recomendados para pacientes cardiopatas
.
“Esportes com choques corporais como lutas ou mesmo futebol, por exemplo, não são indicados. Natação, caminhada ou ciclismo podem ser opções muito boas e eficientes”, opina.
Com a melhora na capacidade aeróbica, há melhora no aporte sanguíneo. A frequência mínima para que os benefícios sejam alcançados é de três vezes por semana, aconselha Bragança.

“Eu tenho pacientes que fazem mais vezes por semana, mas é preciso ter uma boa condição física, a pessoa não pode ficar cansada ou exaurida”, diz.
Sandra, que se autodefinia “sedentária desde que nasceu”, mudou radicalmente a rotina e hoje inclui uma hora de caminhada diária na companhia de amigas.

“Faço a minha parte e ainda incentivo outras mulheres. Elas ainda podem evitar problemas no coração e não precisam passar pelo susto que passei”, relata. Seu grupo percorre as ruas da Lapa, onde mora, e hoje reúne 10 mulheres.
Prevenção

De acordo com o Minstério da Saúde, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 29,4% de todas as mortes registradas no País em um ano. Isso significa que mais de 300 mil pessoas morreram vítimas principalmente de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

O exercício não é apenas o remédio para quem já está com problemas, mas também a possibilidade de evitar as doenças cardiovasculares.
Um estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em Boston, já demonstrou que pequenas sessões de exercício – cerca de 150 minutos, ou 2,5 horas, de atividade moderada por semana – podem reduzir o risco de doença cardíaca em aproximadamente 14%. Além disso, a prática pode diminuir os efeitos do sal no organismo e gerar um efeito protetor constante para quem tem pressão alta.

“Nunca é tarde para começar a atividade física. A pessoa com boa capacidade funcional tem até 8 vezes menos chance de ter uma complicação cardíaca”, alerta Isa Bragança.
Nabil Ghorayeb completa: “é preciso colocar a atividade física na agenda, jovem ou não, seja para se prevenir de eventos cardíacos ou para se recuperar.”

Dicas para se exercitar com segurança:

- Converse com o seu médico sobre quais atividades são mais indicadas para o seu caso
- Todo exercício deve ser alternado com períodos de descanso
- Atividades de impacto são desaconselhadas, prefira natação, caminhada ou ciclismo
- Cuidado com temperaturas extremas (como muito calor ou muito frio), porque elas podem interferir na circulação sanguínea 
- Mantenha-se sempre hidratado, não espere sentir sede para beber água
 
Fonte:  iG Saúde

Por: CONFEF 

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